Após as cantoras Pabllo
Vittar e Marina terem demonstrado apoio ao pré-candidato à Presidência da
República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seus shows no
Lollapalooza, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu atos de propaganda
eleitoral e definiu multa de R$ 50 mil para novas ocorrências no festival de
música.
O documento foi obtido pela analista de política da CNN,
Thais Arbex.
O tribunal atende a pedido do PL, partido do presidente Jair
Bolsonaro. Segundo a legenda, houve crime de propaganda eleitoral antecipada
durante os shows de Pabllo Vittar e Marina. Segundo a Lei Eleitoral, as
campanhas começam oficialmente em 15 de agosto.
Na decisão, o ministro Raul Araújo, relator do processo,
ressalta que a Constituição Federal assegura a livre manifestação do
pensamento, “a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença”. No entanto, os artistas
mencionados no processo “fazem clara propaganda eleitoral em benefício de
possível candidato ao cargo de Presidente da República”.
“Os artistas e cantores referidos que se apresentaram no
evento musical em testilha, além de destilar comentários elogiosos ao possível
candidato, pediram expressamente que a plateia presente exercesse o sufrágio em
seu nome, vocalizando palavras de apoio e empunhando bandeira e adereço em
referência ao pré-candidato de sua preferência”, diz o ministro no documento.
O TSE julgou um caso semelhante em 2018, quando o cantor Roger Waters, vocalista da banda Pink Floyd, criticou Bolsonaro em shows realizados no Brasil. A candidatura de Bolsonaro processou Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) por abuso do poder econômico.
Por unanimidade, o TSE rejeitou a ação. Para os ministros, Haddad e Manuela não poderiam ser responsabilizados pela fala do cantor. Na ocasião, os ministros ressaltaram que não ficou comprovado que os shows de Roger Waters tiveram qualquer impacto no resultado das eleições.
Fonte: Bahia.ba/