Com a absolvição do ex-presidente Lula e o resgate de seus direitos políticos, parlamentares e especialistas acreditam que o petista ganhou força política e ressonância, tendendo a chegar no ano que vem como a principal voz de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), repetindo assim a polarização ocorrida em 2018.
“Bolsonaro e Lula são a mesma coisa. Querem a violência, a ruptura, a polarização. Agora, a unidade do centro se torna imperativa. Os nomes terão de se definir. Não dá para esperar o fim do ano para decidir quem é o nome capaz de unir o centro”, afirmou o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta , cotado para disputa da presidência pelo Democratas, em entrevista à Revista Istoé.
Outro nome cotado a ir à público cobrar uma resposta rápida da centro-direita na apresentação de uma candidatura foi João Amoedo, empresário e presidente nacional do Novo.
“Nós caminharemos para uma consolidação de nomes. É o cenário que tornará viável que nós possamos sair dessa polarização entre PT e Bolsonaro. É natural que isso ocorra. Não será um processo fácil, porque muitas pessoas podem ter como objetivo a candidatura, mas na medida que houver uma percepção que o nosso objetivo não é ter uma candidatura, mas sim melhorar o Brasil, será natural que haja, pelo menos por parte da centro-direita, uma consolidação em um nome que possa ser competitivo e uma opção de fato”, destacou ele, em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar.
Centro-esquerda - A retomada dos direitos políticos de Lula e sua possível candidatura também altera os planos no tabuleiro da centro-esquerda, que contava até então com uma disputa velada que ia de Fernando Haddad (PT) a Ciro Gomes (PDT), passando por Flávio Dino (PCdoB), Guilherme Boulos (PSOL) e podendo alcançar até Luiza Trajano, empresária e proprietária da rede varejista Magazine Luiza.
Ciro afirmou que, caso o PT indique o ex-presidente Lula para concorrer à presidência, eles caminharão em campos opostos.