Carregando...

Músico Coiteense Luta Para Manter Sonho De Estudar Em Lisboa

  • Início
  • Notícias
  • Músico Coiteense Luta Para Manter Sonho De Estudar Em Lisboa
Músico Coiteense Luta Para Manter Sonho De Estudar Em Lisboa

Natural de Conceição do Coité e cria do Projeto Santo Antônio de Música, ação sociocultural no semiárido baiano, o violoncelista André Alves, de 24 anos, luta para garantir o sonho de dar continuidade à sua formação na Europa, em meio ao caos da pandemia. Depois de ter participado de eventos importantes como um intercâmbio internacional com a orquestra coiteense e uma apresentação com a Sinfônica Brasileira no palco do programa Caldeirão do Huck, na TV Globo, o jovem artista confirmou que queria mesmo levar a sério a carreira musical e decidida que a educação seria o caminho.

Imbuído desejo, após morar dois anos deste em São Paulo - onde estudou no Instituto Baccarelli, com o professor André Micheletti -, o violoncelista saiu do Brasil rumo a Lisboa, em Portugal, no final de 2016. Com a ajuda de uma família brasileira, ele concluiu mais uma fase de sua formação, no Conservatório de Música Metropolitana. “Eles me deram passagem, pagaram meu primeiro ano da escola, me ajudaram com moradia. Foram essenciais ”, conta o baiano sobre os Martins, amigos de Michelletti e pais de uma violoncelista, que decidiram financer parte dos estudos de André.

Após se formar no conservatório, o jovem coiteense decidiu que queria voar ainda mais alto. “Eu resolvi fazer a minha graduação aqui também, aí eu fiz provas e entrei na Academia Nacional Superior de Orquestra. Só que aqui na Europa, tanto como instituições quanto às públicas cobram um certo valor. A universidade que eu estudo tem um valor a pagar, e mediante tudo isso que está acontecendo na pandemia, a falta de trabalho, acabou impossibilitando que eu me sentisse seguro para iniciar esse próximo ano letivo ”, explica o artista baiano, que antes da emergência sanitária isola se manter dando aulas e tocando em eventos e nas ruas.

Quando chegou à pandemia, tudo isso se desfez e agora eu estou sentido que estou naquela fase do reconstruir. E pra reconstruir eu preciso de um apoio novamente ”, pontua o músico, que ficou sem alunos em virtude da crise econômica que abateu o mundo, viu os turistas desaparecerem de Lisboa e presenciou a proibição dos eventos, por causa dos acordos para conter a Covid -19. Diante do contexto crítico, o baiano decidiu lançar uma vaquinha online para tentar garantir a continuidade dos estudos.


“Meu ano letivo se inicia em setembro. Eu terminei agora o primeiro ano da universidade e agora estou partindo para o segundo, são três anos. Só que eu estou naquela coisa de tentar movimentar como redes sociais para tentar conseguir algum patrocinador ou conseguir ajuda. Como eu sei que conseguir um patrocinador seria mais difícil, ontem eu criei uma campanha tipo uma vaquinha, porque talvez seja mais fácil como as pessoas irem doando aos pouquinhos ”, pondera André Alves. “Toda ajuda que vem é bem-vinda”, garante o músico. A meta da campanha é arrecadar 3,5 mil euros, valor que cobre mais um ano na Academia Nacional Superior de Orquestra de Lisboa. “Projetei esse ano, porque depois que eu me conseguir reerguer, eu consigo me manter sozinho”, explica o artista, lembrando que em 2020, por um golpe de sorte, conseguiu minimizar um pouco o sufoco.

"Quando começou isso, que eu fui perdendo aos pouquinhos [como fontes de renda], eu tinha uma certa reserva, não fui pego de surpresa. Os primeiros meses que eles trancaram todo mundo e não deram apoio nenhum eu consegui me manter e eu tinha uns meses da escola já pagos. Por que o que eu fiz? Parece que foi Deus! Eu tinha feito uns trabalhos e tinha pagado os seis primeiros meses, ou seja, quando aconteceu essa pandemia eu já tava com esse período pago ”, lembra o violoncelista, que tem custo mensal de 314 euros, só com a universidade, além de mais 320 euros de moradia, 150 euros de alimentação e 40 euros de transporte. “Você vê que o valor ultrapassa o salário mínimo daqui, que é de 620 euros . Ou seja, só na minha universidade e na minha moradia eu já ultrapasso esse valor, por isso que é uma coisa que é difícil de se manter ”, observa.

Cuidadoso, mas também confiante no seu propósito, o músico coiteense conta que vai oficializar a matrícula para seu segundo ano na Academia de Lisboa nesta sexta-feira (30). O próximo pagamento será no dia 1º de setembro, e até lá espera sensibilizar apoiadores. * Matéria publicada no site Bahia Notícias.

Continue lendo...

Aguarde, por favor...