Em agosto do ano passado, Elon Musk apresentou uma das suas mais audaciosas apostas no mundo da tecnologia: a Neuralink, uma sociedade comercial neurotecnológica cofundada por ele em parceria com outros oito empresários, projetou um chip para ser implantado em cérebros humanos e servir como interface com máquinas.
Polêmica, a tecnologia, que ainda está em fase de testes, foi demonstrada primeiramente em porcos e, depois, chegou a ser implantada em macacos, gerando cada vez mais controvérsias entre neurocientistas e pesquisadores.
Agora, em entrevista ao The Wall Street Journal, o bilionário afirma que o momento de implantar os chips que têm o tamanho de uma moeda em humanos está próximo. Ao mencionar o sucesso da experiência com os macacos, Musk explicou os benefícios que a tecnologia trará à humanidade.
“Esperamos ter isso em nossos primeiros humanos – que serão pessoas com lesões graves na medula espinhal, como tetraplégicos – no próximo ano, dependendo da aprovação do FDA”, disse ele, em referência à agência reguladora dos EUA equivalente à nossa Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Planos iniciais de Elon Musk eram de começar os testes em humanos em 2020
Na segunda-feira (6), Musk usou o Twitter para reforçar as metas da Neuralink para 2022 quando questionado por um usuário a respeito do uso dos chips para restabelecimento da saúde de alguém vítima de derrame. “Substituir neurônios defeituosos / ausentes por circuitos é a maneira certa de pensar a respeito”, respondeu o empresário. “Muitos problemas podem ser resolvidos apenas ligando os sinais entre os neurônios existentes. O progresso será acelerado quando tivermos dispositivos em humanos (difícil ter conversas matizadas com macacos) no próximo ano”.
Embora a previsão possa parecer ambiciosa à primeira vista, na verdade, representaria um atraso em relação aos objetivos iniciais de Musk, já que, em 2019, ele anunciou que esperava ver testes em humanos até meados de 2020.
Por causa da pandemia de Covid-19, os planos foram adiados para 2021 e, posteriormente, novamente postergados, agora para o próximo ano – isso se não houver nada que atrapalhe ou impeça. Muitas startups de neurotecnologia rivais, por exemplo, estão batendo forte na Neuralink sobre a questão dos testes em humanos.
Além disso, é importante lembrar que em maio deste ano um dos cofundadores da empresa, Max Hodak, anunciou sua saída e, logo em seguida, abriu uma startup de neurociência concorrente.
No entanto, se tudo sair conforme o planejado, 2022 poderá ser um ano histórico para a evolução da tecnologia neural.
Informações colhidas no site Olhar Digital.